DO OUTRO LADO DO MUNDO

BLOG DE WILLIAM SANTOS | 3/09/2012 04:37:00 PM | 0 comentários


Aproveitei o período carnavalesco para atravessar oceanos e conhecer de perto os Emirados Árabes Unidos com suas belezas exóticas deslumbrantes.
                                               Dezoito horas de viagem aérea e sete horas de fuso horário, foi à primeira etapa ultrapassada.
                                               Sem querer querendo, a gente sempre compara o que vemos com o que vivemos! Trocadilho que se aplica bem a quem vai conhecer outros locais distantes.
                                               Primeira surpresa foi em Dubai onde oitenta por cento dos habitantes são estrangeiros e o inglês é a língua dominada por pobres e ricos. Só de brasileiros chegam perto de cinco mil residentes.
                                               Mesmo em pleno deserto a capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, ao lado de Muscat, Fujairah e Dubai se esforça em ornamentar as laterais das grandes e perfeitas rodovias com canteiros floridos e bem cuidados. A segurança é cem por cento!
                                               A alta temperatura ambiente – no verão chegando aos 50 graus - se contrasta com as roupas pretas das “burcas” e “abaias” que impedem as mulheres a mostrarem seus rostos e suas curvas... Apesar da vestimenta, tipo luto fechado, elas usam grifes famosas como Prada, Channel, Gucci e Cacharrel.
                                               Aliás, a grande decepção que tive foi, justamente, a restrição aos direitos individuais da pessoa humana do sexo feminino.
                                               Discretamente sentado num restaurante um casal árabe conversava aguardando os pratos chegar à mesa. Fiquei impressionado como a mulher iria se alimentar com todo o rosto, rigorosamente, tapado por véus e roupas que cobriam dos cabelos aos pés. Nem o mocotó aparecia...
                                               A refeição foi servida e vi a humilhação da mulher inclinar suavemente a cabeça para baixo, lentamente subindo pequena parte do véu preto com a mão esquerda e, com a direita, enfiar o garfo em comedida porção alimentar.
                                               Uma gaúcha que servia de guia turístico me explicou que, se um árabe fizer filho com estrangeira, o menino será registrado como nativo da região. Já a mulher árabe se gerar filho de estrangeiro, este não terá direito à cidadania árabe.
                                               Felizmente, nem todas as mulheres árabes se submetem aos rigores dos trajes pretos onde apenas seus olhinhos aparecem como a procurar a liberdade de mostrar o próprio rosto. Muitas delas, lindas por sinal, já aparecem circulando nos imensos shoppings, lugar comum em todo o universo, sem a rigorosa indumentária.
                                               Os rigores da lei árabe, em relação aos direitos individuais das mulheres e seus filhos, decorreram da divisão do Mundo Árabe em vinte e dois países, rotulando-as de “seres inferiores”. Grande número de casais árabes, ainda hoje, andam pelas ruas e lugares públicos, o homem seguindo à frente e a mulher atrás com os filhos.
                                               Algumas mulheres integrantes da realeza árabe já conquistaram o direito de estudar e até viajar ficando a depender da diversificação maior ou menor em sua respectiva classe social.
                                               Olhos insólitos e sensuais, lábios carnudos, cabelos longos, passos determinados são alguns ingredientes da mulher da raça árabe. Se o mundo todo ainda não as conhece, Alá certamente enviará ordens celestiais para a liberdade da bela mulher árabe.
MARCOS SOUTO MAIOR
 Advogado e desembargador aposentado   

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