DO OUTRO LADO DO MUNDO
Aproveitei o período carnavalesco
para atravessar oceanos e conhecer de perto os Emirados Árabes Unidos com suas
belezas exóticas deslumbrantes.
Dezoito
horas de viagem aérea e sete horas de fuso horário, foi à primeira etapa
ultrapassada.
Sem
querer querendo, a gente sempre compara o que vemos com o que vivemos!
Trocadilho que se aplica bem a quem vai conhecer outros locais distantes.
Primeira
surpresa foi em Dubai onde oitenta por cento dos habitantes são estrangeiros e
o inglês é a língua dominada por pobres e ricos. Só de brasileiros chegam perto
de cinco mil residentes.
Mesmo
em pleno deserto a capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, ao lado de
Muscat, Fujairah e Dubai se esforça em ornamentar as laterais das grandes e
perfeitas rodovias com canteiros floridos e bem cuidados. A segurança é cem por
cento!
A
alta temperatura ambiente – no verão chegando aos 50 graus - se contrasta com
as roupas pretas das “burcas” e “abaias” que impedem as mulheres a mostrarem
seus rostos e suas curvas... Apesar da vestimenta, tipo luto fechado, elas usam
grifes famosas como Prada, Channel, Gucci e Cacharrel.
Aliás,
a grande decepção que tive foi, justamente, a restrição aos direitos individuais
da pessoa humana do sexo feminino.
Discretamente
sentado num restaurante um casal árabe conversava aguardando os pratos chegar à
mesa. Fiquei impressionado como a mulher iria se alimentar com todo o rosto,
rigorosamente, tapado por véus e roupas que cobriam dos cabelos aos pés. Nem o
mocotó aparecia...
A
refeição foi servida e vi a humilhação da mulher inclinar suavemente a cabeça
para baixo, lentamente subindo pequena parte do véu preto com a mão esquerda e,
com a direita, enfiar o garfo em comedida porção alimentar.
Uma
gaúcha que servia de guia turístico me explicou que, se um árabe fizer filho
com estrangeira, o menino será registrado como nativo da região. Já a mulher
árabe se gerar filho de estrangeiro, este não terá direito à cidadania árabe.
Felizmente,
nem todas as mulheres árabes se submetem aos rigores dos trajes pretos onde
apenas seus olhinhos aparecem como a procurar a liberdade de mostrar o próprio
rosto. Muitas delas, lindas por sinal, já aparecem circulando nos imensos
shoppings, lugar comum em todo o universo, sem a rigorosa indumentária.
Os
rigores da lei árabe, em relação aos direitos individuais das mulheres e seus
filhos, decorreram da divisão do Mundo Árabe em vinte e dois países,
rotulando-as de “seres inferiores”. Grande número de casais árabes, ainda hoje,
andam pelas ruas e lugares públicos, o homem seguindo à frente e a mulher atrás
com os filhos.
Algumas
mulheres integrantes da realeza árabe já conquistaram o direito de estudar e até
viajar ficando a depender da diversificação maior ou menor em sua respectiva classe
social.
Olhos
insólitos e sensuais, lábios carnudos, cabelos longos, passos determinados são
alguns ingredientes da mulher da raça árabe. Se o mundo todo ainda não as
conhece, Alá certamente enviará ordens celestiais para a liberdade da bela
mulher árabe.
MARCOS SOUTO MAIOR
Advogado e desembargador aposentado
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