INSEGURANÇA .
O consagrado direito de ir e vir se tornou coisa do
passado, com o medo contaminando todas as camadas sociais do país.
Antigamente podíamos dizer que o homem era ser
gregário, sempre a procura de boas companhias, para dividir todos os
sentimentos acumulados.
Assim, praças e logradouros foram edificados,
exatamente, para proporcionar às pessoas passeios ao ar livre, se encontrarem e
baterem gostosos papos...
Crianças corriam por entre os jardins das casas e
outros batiam bola em plena avenida, sem qualquer risco de acidentes.
O povo era feliz e sorria de incontida alegria na
garantia assegurada pelo poder público em manter a paz entre todos.
Hoje em dia, a meninada se esconde em seus lares, a ida
para a escola depende de escolta privada; brincar e jogar somente em campos
apropriados e cercados e, nem no shopping, que é ambiente confortável e
aparentemente em segurança metem medo a todos.
Os adultos possuem possantes carros blindados, cercas
elétricas nos muros, sistema de filmagem de todas as dependências da casa,
contratação de seguranças bem armados enfim, medidas de segurança que impedem à
convivência livre e desembaraçada.
Por isto, nunca é demais abrir espaço nesta crônica
para despertar os leitores em análise superficial dos males terríveis da
modernidade brasileira.
Nesta semana passada, jornais e portais divulgaram com
destaque, o resultado de pesquisa feita por uma universidade, versando sobre a
violência urbana.
Quando todos esperavam que os poderosos estados do Rio
de Janeiro e São Paulo figurassem em primeiro lugar, eis que Alagoas e Paraíba
surpreenderam ganhando os desonrosos títulos de campeão e vice da insegurança pública.
De imediato, gestores públicos nordestinos tentaram iludir
a população desprotegida, ensaiando desconstituir os percentuais apresentados
na pesquisa, numa débil tentativa de “tapar
o sol com uma peneira”.
Aprendi, desde criança, que os números não mentem, até
porque fazem parte das ciências exatas não se resolvendo com conversa mole e
mentiras.
Aliás, tentar apagar da memória popular os números
projetados pelo sinistro movimento criminoso do país, qualquer cidadão pode e
até deve, recorrer ao Professor Google sempre disponível para responder o que lhe
for perguntado. Mesmo as pessoas mais pobres porque a internet está
massificada.
A população tornou-se refém do próprio receio de ser
uma nova vítima da temível Estatística Criminal, instrumento legal de contagem
de assassinatos, estupros, seqüestros, lesões corporais, extorsões, e outros
ilícitos penais.
E porque Alagoas e Paraíba estão no topo da violência
urbana?
Muito simples: polícias civil e militar pagam salário
de miséria aos soldados, faltam armamentos modernos e munição, carência de serviço
de informações e, chegam ao cúmulo do racionamento de combustíveis. Há quem
compare os policiais nordestinos com o famoso, histórico e decadente EXÉRCITO
DE BRANCALEONE que atuou no século XIV sob vigência do trinômio “guerra, peste
e fome”.
Além do mais, a
debilidade da força pública nordestina é um convite irrecusável à bandidagem
sulista que se sente mais a vontade para investir e desfrutar das belas praias
da Paraíba e Alagoas...
Diante de tudo podemos concluir que, malsinadamente, nestes
tempos, somos reféns do ousado poderio das forças do crime, amedrontando e decretando
impiedosamente, a eliminação de vidas inocentes!
(*) Advogado e desembargador aposentado
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