Paraíba terá maior laboratório do Brasil para geração de energia solar

BLOG DE WILLIAM SANTOS | 8/12/2013 04:41:00 PM | 0 comentários


Na primeira metade da década de 70, a UFPB montou um laboratório revolucionário para a realidade científica do País. O Laboratório de Energia Solar (LES) mirava um futuro onde as energias limpas dominariam o planeta. Em quatro décadas de atividades, os avanços foram poucos, devidos à escassez de recursos para pesquisas e ampliação do laboratório. A falta de verbas também inviabilizou a produção de protótipos e, consequentemente, a oferta comercial de produtos criados pelos pesquisadores, como geladeiras, fogões e até equipamentos de ar-condicionados movidos a energia solar.
A partir de 2011, ano da criação do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (a partir da junção do LES com o Departamento de Engenharia Elétrica do CT), o LES recebeu uma verba federal de R$ 7 milhões, sendo de R$ 4,2 mi em construção civil, R$ 1,8 mi em equipamentos, e R$ 1 mi na construção do maior laboratório a céu aberto do Brasil em energias solar fotovoltaica. Esse laboratório será a cobertura das edificações do CEAR e tem a perspectiva de gerar 300 KWH através da conversão da energia solar em energia elétrica.
O pesquisador Zaqueu Ernesto lembra que, em 40 anos, o LES passou por situações financeiras críticas, principalmente na década de 80 e 90. “Nas décadas de 80 e 90, o País não investiu nas pesquisas e no desenvolvimento das energias renováveis. O LES passou por esse período crítico, onde sobreviveu através de recursos orçamentários de custeios da UFPB para sua manutenção e de esforços individuais dos pesquisadores juntos às agências de fomentos, onde os recursos eram oriundos do orçamento da UFPB e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Para o professor Rogério Kluppel, apesar da melhoria na última década, os incentivos do Governo Federal sempre foram insuficientes. “O governo brasileiro sempre investiu muito pouco em projetos de energia solar. Na maioria das vezes, foi o esforço pessoal de cada professor, se especializando no exterior, que fez com que avançássemos nas pesquisas”, disse. O laboratório não tem verbas o suficiente para pesquisas e construção de protótipos, por exemplo. Pior: a interiorização dos estudos (principalmente no Cariri e no Sertão) é inviabilizada pela falta de estímulo federal. Traduzindo: falta dinheiro para o processo de interiorização, embora Cariri e Sertão da Paraíba registrem as maiores incidências de luz solar do País e temperaturas altíssimas. O professor Rogério Kluppel, da UFPB, conta que um laboratório chegou a ser montado em Olivedos, no Sertão, mas faltou verbas para a manutenção.
Foram quatro décadas jogadas fora? Não. Claro que não. E temos sim muito o que comemorar na área de pesquisas sobre energia solar. Projetos desenvolvidos na Paraíba tornaram-se sucesso em outras regiões do País, principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Kluppel lembra que um dos principais projetos desenvolvidos nas ultimas quatro décadas pelo LES foi o sistema de aquecedores de água solar, que foi estudado inicialmente na década de 70 na Paraíba e deu tão certo que foi espalhado pelo Brasil.
Ele explica que o aquecedor solar não deslanchou no Estado, apesar de ter sido inicialmente estudado e aprimorado aqui, porque a necessidade era maior em outras regiões do Brasil, mais frias. “O aquecedor se popularizou depois de 20 anos e é fabricado em todo o País. Hoje, já começa a ser utilizado na Paraíba. Temos até uma fabrica de aquecedores em João Pessoa, para ser usado em chuveiro, banheira, lavatório, cozinha e etc”, frisou. Segundo o professor o aquecedor solar começou a ser mais utilizado no Estado depois que a energia elétrica ficou mais cara, logo depois do apagão de 2001.
Da Redação
Com Expressopb

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