O AMOR DO POETA

BLOG DE WILLIAM SANTOS | 7/10/2012 11:27:00 AM | 0 comentários


Vivemos o dia presente na intensidade da vontade de viver e de se realizar, em todos os sentidos!
                                               Na esperança depositamos a fé, por ser a última que morre, na incansável e brava luta para alongarmos nossa passagem temporal.
                                               Nós sabemos, perfeita e incontestemente, que todos teremos o dia da derradeira viagem, marcada com profunda saudade imorredoura.
                                               “A fé é uma fonte que se alimenta do eterno. Nela, os homens se dessedentam e se revigoram, para as travessias das solidões e dos desertos da vida”  -Ronaldo Cunha Lima.
                                               Neste sábado passado, o poeta, homem público e amigo Ronaldo Cunha Lima se despediu dos familiares e da legião de incondicionais fãs, alçando aos céus na nova e eterna morada.
                                               A Paraíba em todas as cores políticas, ideológicas, partidárias e religiosas, se uniu num canto harmônico de reconhecimento à preciosa perda!
                                               De tantos ângulos, prefiro o lado poeta de Ronaldo para registrar minha amizade e apreço, na convivência alegre e sempre descontraída, num sorriso largo de amor.
                                               “Pode até meu amor já ter morrido. Podes dizer que teu amor morreu. Só não pode morrer, nem faz sentido. Aquele amor que nosso amor viveu” - RCL
                                               Amar foi o verbo mais conjugado por Ronaldo, ensejando que nós outros, também seguíssemos pela força de seus versos, amando as pessoas queridas, mesmo que sofregamente, para nos revelar um mundo de incondicionais momentos felizes.
                                               Ser amado é ser reconhecido plenamente pela pessoa desejada, onde nos abrimos de corpo e alma, sem medo nenhum da solidão. É o direito de ser amado!
                                               O poeta Ronaldo, envolveu seus versos na ternura do amor mais puro que pudesse sentir, e declamava com os olhos cintilantes transmitindo a nós o calor emanado dos belos textos, viajando de peito aberto pela louca imaginação na busca do bem amado.
                                               “Pressentindo emoções, que hão de vir. Temo não preencher os seus espaços. Vou dividir meu ser e ser pedaços. Substabelecendo o meu sentir. Cada parte de mim vai se incumbir. De uma só emoção, definir traços. Dizer do ajustamento dos braços. E tudo, fielmente, traduzir. Cada fração então, irá cuidar. Do sorriso da lágrima, do olhar. De modo transparente e bem visível. Que paz e harmonia haja entre elas. Do contrário, abrirei novas janelas. Voltarei a ser uno e indivisível.” - RCL
                                               A voz do poeta não se ouve mais pessoalmente, contudo, o silêncio não se apoderará do amor de seus eternos amigos e familiares. Será eternamente declamada a poesia de Ronaldo, pelos lábios molhados de todos que se reencontram no amor vivido, seja na prosa ou no verso, onde se esconde o cantar impulsivo de quem sabe bem amar.
                                               “Meus sonhos me fazem bem. Com eles, eu vou além. Dos limites dos meus passos.”
                                               Querido amigo Ronaldo, siga além dos seus passos, sua memória é a nossa própria invocação do lirismo de ter coragem, em anunciar pelos quatro cantos, o amor projetado em prosa e verso!

MARCOS SOUTO MAIOR 
Advogado e desembargador aposentado 

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