NA IDADE DA PEDRA

BLOG DE WILLIAM SANTOS | 5/23/2012 07:22:00 PM | 0 comentários


Depois de um dia em estafante trabalho em Brasília, emendei para cumprir nesse recente final de semana agenda social que me valeu nova experiência pelo simples fato de somente viajar à serviço.
Loquei automóvel para meus deslocamentos em Brasília com a substancial ajuda do GPS, maquininha pequena que nos conduz com segurança aonde desejarmos ir. Motorista “cangueiro”, logo nomeei meu filho Marcos para assumir o volante, já que conhece bem o pedaço.
No que pese a exatidão do GPS, chamou-me especial atenção as placas indicativas de órgãos públicos, bairros, shopping, palácios, praças, logradouros e do trânsito, em grande número, serem cobertas pela insanidade dos pichadores da capital federal.
Além das placas e monumentos, os grafiteiros também escalam partes altas de edifícios, emporcalhando o visual.
Chamou-me atenção o lixo acumulado em alguns jardins e avenidas, principalmente nas áreas de menor movimento, como o setor hoteleiro, onde é grande o número de desocupados maltrapilhos zanzando pelas calçadas à procura do nada.
Sempre estacionávamos na frente ou nas laterais do hotel onde estávamos hospedados, confiando na mínima segurança do veículo alugado.
Neste sábado, por volta das dezoito horas e trinta minutos, o porteiro do hotel telefonou para anunciar que o vidro do carro fora quebrado com uma pedra, por uma mulher, e furtado o GPS de nossa propriedade.
Surpreso e sem qualquer reação ao crime cometido, restou para mim e meu filho passar numa Delegacia de Polícia e fazer o popular B.O. (boletim de ocorrência), que serve apenas para formalizar o procedimento do seguro contratado.
Gentilmente atendido pelos policiais, o delegado plantonista chegou a dizer que se detida fosse a mulher, autora do crime, em dois dias estaria novamente circulando tranquila pela Capital Federal em novos crimes cometidos.
Na comunidade das redes sociais, participo do Twitter (@MarcosSMaior), onde registrei meu desapontamento. Incontinente, alguém foi ao detalhe de amenizar o crime ao dizer “companheiro, os grandes crimes acontecem entre a terça e a sexta, onde os órgãos públicos funcionam. Esse seu problema foi dos pequenos”.
O abalizado jornalista Marcondes Brito, da Rede Band, dirigindo comentário na rede social de comunicação, ressaltou: “... e tudo isto, caro amigo Marcos, acontecendo nas barbas do governo federal”!
Troquei de veículo, fui ao shopping adquirir outro GPS e continuei meu périplo social em Brasília, onde o luxo requintado dos palácios e embaixadas se contrastavam com o lixo acumulado pelas calçadas, praças e prédios abandonados.
Sem pensar em nada, paramos num farol luminoso de trânsito, aguardando o sinal verde e, não é que ao nosso lado parou um caminhão caçamba, quiçá encarregado da limpeza pública brasiliense, ostentando a logomarca da sua proprietária, a festejada empresa DELTA, que pontua na CPI de Carlinhos Cachoeira.
Brasília é uma cidade igual ou até pior do que algumas outras do nosso país, mesmo sendo onde se arrecada, guarda e gasta todo o dinheiro verde amarelo.
O furto e o lixo na Capital Federal do Brasil são coisas que convivem muito bem!

MARCOS SOUTO MAIOR 
Advogado e desembargador aposentado

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