TEMPESTADE DE AREIA
Enquanto criança me entusiasmava
e chamava atenção às tempestades de areia nos filmes de artistas com turbantes,
cavalos e espadas reluzentes.
Hoje,
na recente viagem aos Emirados Árabes, acordei um dia com o lençol que cobria a
cama suavemente salpicado com uma fina areia.
Sem
saber de onde vinha, até pensei que tinha dormido com os pés sujos... Apressei
minha esposa Fabíola em sair dos aposentos e ganhar o mundo árabe. Já no restaurante
no café matinal, em mais um dia ensolarado como os anteriores, olhamos para o
horizonte e constatamos uma nuvem que encobria toda paisagem deixando a
impressão do céu de Dubai estar encoberto numa cortina extensa de névoa.
Ao
sairmos, na porta do navio em que estávamos alojados, funcionários de máscara e
óculos pediam para esperar um pouco, pois o vento era muito forte e
desagradável.
Sem
medo da tempestade, entramos num táxi e, mesmo à distância do centro da cidade,
o motorista apontou para o Burj Khalifa, maior edifício do mundo, envolvido
numa poeira que só permitia distinguir sua sombra.
A
população árabe, já acostumada com as tempestades de poeira, seguia
normalmente, o que nos fizemos também.
O
jantar agendado no famoso restaurante Burj Al Arab, edifício em forma de vela
de barco, símbolo de Dubai, construído em uma ilha artificial com 280 metros
quadrados, representa a fantástica determinação dos petrodólares, em ser
diferentes.
A
tempestade, aos poucos, foi sentando a areia no chão e tudo voltou ao normal,
garantindo nosso jantar numa noite com boa visibilidade.
Precisamente
às 19h30min chegamos à entrada no fabuloso edifício, acompanhado dos estimados
amigos Humberto e Walkiria de Araújo sem disfarçar a curiosidade. Para o leitor
avaliar a menor diária custa novecentos dólares e as suítes os gastos não têm
limites.
Atravessamos
uma moderna e bem iluminada ponte ligando o continente à ilha artificial do
edifício, com simpáticos seguranças confirmaram nossas presenças e, finalmente,
chegamos à entrada principal, com bela recepcionista nos conduzindo pelo átrio
do edifício com cento e oitenta metros de altura, quase tudo foliado a ouro!
O elevador
nos conduziu até o famoso restaurante panorâmico Al Muntaha com mesas
reservadas, observância do horário exato tudo confirmado com antecedência,
ainda no Brasil.
Cardápio
internacional, escolhemos frutos do mar regado a um bom vinho numa noite
deslumbrante que passou como sonho das mil e uma noites!
Aproveitamos
para percorrer os diversos ambientes do imponente Burj Al Arab, onde o ouro é
uma realidade palpável, com direito a contínuo show de iluminação das águas que
jorram alegremente dançantes no imponente átrio do mirabolante edifício.
Com previsão
de mais cento e vinte anos do petróleo jorrando dos poços dos Emirados Árabes
Unidos o luxo e a beleza continuará seduzindo e encantando turistas de todo
mundo. Vale até conferir a máquina caixa eletrônica vender ouro no cartão!
Marcos Souto Maior
Advogado e desembargador aposentado
Category:
0 comentários