QUARTO PODER

BLOG DE WILLIAM SANTOS | 3/28/2012 12:03:00 PM | 0 comentários


Legalmente, os poderes são apenas três, já na prática, o negócio é outro bem diferente.
Além de órgãos importantes como o Ministério Público e Tribunais de Contas Estaduais, que ostentam status de poderes, um consagrado poder se agiganta em nosso país, com força suficiente para patrocinar desde cassação de poderosos políticos e o instrumentalizar de ações penais e cíveis, além de improbidade administrativa.
Falo da centenária imprensa em todas suas versões: escrita, radiofônica, televisada e pela internet facilitando ao povo o conhecimento de tudo que acontece nesse Brasil de dimensões continentais.
Em tempos atuais, foi desenvolvido o chamado “poder investigativo” da imprensa brasileira, complementarmente com objetivos opinativos na operacionalidade de ações audaciosas e com grande risco de vida, a exemplo dos registros históricos do cinegrafista da Band, Gelson Domingues e do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, ambos mortos por traficantes no Rio de Janeiro.
Como não poderia deixar de serem, os objetivos do chamado “jornalismo opinativo”, exigem a imparcialidade, verdade e precisão na ocorrência da notícia.
No âmbito da legalidade, o Código de Ética da FENAJ, em seu art. 2º, I prescreve claramente: “a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários.”
Por seu turno, também o “jornalismo investigativo”, especializado em desvendar mistérios e fatos ocultos, na conceituação de Maurício Guidani Roimanini diz: “as informações precisas e isentas são a base da sociedade democrática. O jornalismo investigativo deve procurá-las, para existir um controle ético da notícia”.
Um prato cheio de ilicitudes é a política das licitações públicas que vão desde o lixo, propriamente dito, passando pela merenda escolar, locação de veículos, aquisição de fardamentos e livros escolares, desapropriações e permutas de propriedades públicas e privadas, implantação de internet grátis, todas com descarado superfaturamento.
Então, existe um campo propício para os sistemas jornalísticos do país, percorrerem toda a dimensão continental do nosso país, catando e divulgando escândalos somente conhecidos, em função da liberdade da imprensa. As iniciativas vão continuar, sim!
Quem não se recorda da história e vitoriosa campanha jornalística desenvolvida contra o então presidente da república Fernando Collor de Melo, terminando por ser afastado do maior cargo público do Brasil?
Lembro-me agora, de um quinto, derradeiro e importante poder, de todas as instâncias, conhecido e praticado na escancarada intimidade de todos nós, que vem a ser o “poder do quarto”!
Sim, na alcova de cada um, basta o olhar da esposa, seja com meiguice, seja com autoridade, deixa para nós homens, a última palavra: “sim senhora”.

MARCOS SOUTO MAIOR 
Advogado e desembargador aposentado

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