Vítimas da Ditadura, Agassiz Almeida e Francisco Julião serão homenageados
De
22 a 25 deste mês, os vereadores de Sapé, Mari e Guarabira prestarão homenagens
aos ex-deputados Agassiz e Francisco Julião, este último in
memoriam.
Os
eventos se associam ao projeto nacional de memória histórica e resgate de
personalidades que se destacaram na luta e resistência à Ditadura Militar de
64, ao qual estão integradas entidades e órgãos de defesa dos direitos humanos,
como a OAB, a ABI, a CNBB, o Grupo Tortura Nunca Mais e o Centro de Referência
dos Direitos Humanos.
As
homenagens se iniciam por Sapé, às 19h30 do dia 22, por iniciativa do
presidente da Câmara, Walter Filho. No dia seguinte, em Mari, no mesmo horário,
será a vez da Câmara de Mari, em que apresentou a propositura a presidente
Vânia Monteiro. Em Guarabira, onde o vereador Beto Meireles é o autor das
homenagens, a sessão especial na Câmara Municipal ocorrerá no dia 25, às 19h30.
Com
decisões deste teor, as câmaras de vereadores resgatam ao reconhecimento
público nomes emblemáticos da nossa contemporânea história, no momento em que o
país acaba de criar a Comissão Nacional da Verdade destinada a revolver um
passado de tirania que asfixiou a nação por 21 anos.
Francisco
Julião e Agassiz Almeida, com o desfecho do Golpe Militar, foram presos e
perderam os seus mandatos de deputado e amargaram longo exílio.
Há
cerca de 50 anos, Agassiz Almeida (Paraíba) e Francisco Julião (Pernambuco),
jovens deputados à época, defendiam a reforma agrária através das Ligas
Camponesas, e apontavam ao país os verdadeiros responsáveis pelas mortes de
líderes camponeses, entre os quais João Pedro Teixeira, Pedro Inácio de
Araújo, (Pedro Fazendeiro), e João Alfredo.
Foi
Francisco Julião quem mobilizou a primeira greve de camponeses na história do
país, em 1960.
Em
1962, Agassiz Almeida requereu à Assembléia Legislativa da Paraíba a constituição
de uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, para apurar os
responsáveis pelo assassinato de João Pedro Teixeira, e também apontou os criminosos
desta tipologia delinquente, o assassinato e desaparecimento de
Pedro Fazendeiro.
Da Editoria/Blog
Com Celio Alves
Da Editoria/Blog
Com Celio Alves
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