PT fez aliança com PSB no Amapá e com DEM no Pará; nacional aprovou alianças polêmicas

BLOG DE WILLIAM SANTOS | 7/07/2014 02:00:00 PM | 0 comentários


A direção nacional do PT interveio em sete estados para a definição dos candidatos a governador apoiados pelo partido nas eleições de outubro. A decisão mais polêmica foi tomada em relação a aliança com o PSB do Amapá. Lá, o PT decidiu que vai apoiar a reeleição do governador Camilo Capiberibe (PSB).

Para isso, o governador socialista precisou enviar uma carta à direção do PT se comprometendo a ficar neutro no primeiro turno e não apoiar em palanque a candidatura de Eduardo Campos, o candidato do PSB a presidente, e declarar apoio à candidata petista Dilma Rousseff no segundo turno, segundo anunciou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao final da reunião da Executiva Nacional do partido realizada em São Paulo.

A desistência do senador José Sarney (PMDB-AP) de disputar novo mandato de senador também ajudou a direção do PT a lançar a candidatura de Dora Nascimento ao Senado.

— O lançamento de Dora somente foi possível com a saída do Sarney. Nós havíamos dito a ele que se ele mantivesse sua candidatura não iriamos lançar candidato ao Senado, porque havíamos nos comprometido a apoiá-lo - disse Falcão.

Outra decisão polêmica foi tomada sobre o Pará, onde o PT resolveu apoiar a candidatura de Helder Barbalho (PMDB), que tem como vice um candidato do DEM.

— Entendemos que o fato do DEM integrar a chapa como vice de Barbalho não passa por cima da nossa política de alianças aprovada no encontro nacional de proibir coligações com partidos da oposição - disse Falcão.

Na reunião da Executiva, o PT decidiu também apoiar candidatos do PMDB em cinco estados (Maranhão, Paraíba, Rondônia, Amazonas e Tocantins). Em Tocantins, o PT deve apoiar Marcello Miranda, desde que ele consiga viabilizar sua candidatura, já que uma parte do PMDB a questiona. Uma comissão de quatro petistas acompanhará o desenrolar da questão até o próximo dia 30, quando termina o prazo para a realização de convenções para a escolha de candidatos.

Na Paraíba, de acordo com Falcão, o PT vai apoiar a candidatura do senador Vital do Rego (PMDB), e em Rondônia vai apoiar o governador Confúcio Moura (PMDB), candidato à reeleição. Para que isso fosse possível, o Padre Tom, que deveria ser candidato a governador pelo PT, teve que retirar sua candidatura.

Outra situação parecida aconteceu no Amazonas, onde o PT definiu que vai apoiar o peemedebista Eduardo Braga como candidato a governador. Mas o mais difícil foi convencer o partido no estado de que não poderia ter candidato ao Senado, pois a chapa já havia fechado com Omar Aziz.

— Estamos fazendo tudo pela reeleição da Dilma - disse o deputado Geraldo Magella (DF), que participou da reunião.

RIO

Sobre o Rio, o PT disse estar preocupado com o tamanho do movimento "Aezão", que mistura o apoio de prefeitos ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e ao senador tucano Aécio Neves (PSDB), candidato a presidente pelo PSDB.

— O governador Pezão e o prefeito Eduardo Paes já declararam que estão com Dilma. Vamos trabalhar agora para restringir ao máximo o efeito Aezão. Muitos prefeitos estão declarando apoio a Dilma. Ainda hoje me ligou o prefeito de Niterói e lá só vai dar Dilma. Em São Gonçalo será Garotinho e Dilma. Volta Redonda e Nova Iguaçu será Pezão e Dilma - disse Rui Falcão.

Para ele, o partido reafirma o apoio à candidatura do ex-jogador Romário (PSB) ao Senado e disse que nos próximos dias definirá o vice de Lindberg Farias, o candidato do PT a governador.

— Tenho lido nos jornais que o Crivella (Marcello Crivella, do PRB) pode ser candidato a vice do Lindberg, mas não tenho de concreto sobre isso - disse Falcão.

RESPOSTA AOS DESCONTENTES

Como resposta aos petistas que reclamam da centralização do comando da campanha da presidente Dilma, que não tem permitido um maior debate de ideias dentro do partido, segundo mostrou O GLOBO, a direção do partido resolveu formar uma comissão com seis membros para melhorar a comunicação do partido com o comando da campanha. A comissão contempla até mesmo correntes de esquerda (como Maristela de Mattos) e dos movimentos populares (Bruno Elias). Os outros quatro componentes são Florisvaldo Costa, Monica Valente, Carlos Árabe e Alberto Cantalice.


O Globo

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