ECT: SIMPLESMENTE JÁ ERA!
Historicamente, a primeira correspondência formal acontecida no
Brasil, por incrível que pareça, foi a famosa carta escrita por Pero Vaz
de Caminha remetida ao Rei de Portugal, nos anos 1500.
Portugal não era exemplo de manejo de correspondências e passou muito
tempo para, em 1673, criar o Correio-Mor das Cartas do Mar, mais tarde
sendo rotulado de Correios Marítimos em 1798. E por aí foi!
Vale ainda rápida viagem pela história chegando a 1931, quando foi
criado o Departamento de Correios e Telégrafos que ficara subordinado ao
Ministério das Comunicações, através da Lei n.º 509 na condição de
empresa pública.
A ECT alargou seu campo de atuação,
inclusive ao exterior, com o Instituto Gallup atestando, em pesquisa
pública, o alto índice de pontualidade!
Na sequência da
estrondosa sedimentação empresarial, a Revista Exame, na edição Melhores
e Maiores, colocou os Correios e Telégrafos em primeiro lugar,
concorrendo com outras grandes empresas.
A euforia com o
reconhecimento público da empresa contagiaram direção e corpo funcional
da ECT para, em 1992, em pesquisa do IBOPE, o nosso Correio e Telégrafo
obter 92% de aprovação no país. Um marca sem limites!
O
monopólio constitucional da ECT de cartas, cartão postal,
correspondência agrupada e telegrama, é uma gorda e milionária fatia
estatal, atualmente sendo prestada de forma retrógada e deficiente.
Ainda nesta semana, o Superior Tribunal de Justiça concedeu alvará de
soltura a um prefeito, através de telegrama e qual não foi a surpresa
de ter caído num sábado, quando as portas da ECT são fechadas ao
público.
No exercício da advocacia, procurei contato com o
diretor da unidade paraibana dos Correios, pois se tratava de habeas
corpus, medida urgente e inadiável! Depois de muita procura, o dirigente
se encontrava, ocupadíssimo, nas convenções partidárias e festivas do
seu partido PT. Ainda houve contato com dirigentes da região nordestina,
com todos optando pelo ócio remunerado de final de semana.
O
serviço público não pode nem deve fechar nos finais de semana, a exemplo
da segurança, saúde, trânsito, transporte e, comunicação também. Para
tanto existe o regime de plantonistas.
O tempo passou e os
dirigentes da ECT, embora rotulada de empresa pública, mantêm a mazela
administrativa da burocracia rastejante da incompetência.
Medidas administrativas e judiciais serão levadas a efeito, a fim de que
outras decisões judiciais sejam cumpridas, acima de qualquer pretexto
banal.
Saudosos os tempos em que a ECT era reconhecida pela
população como empresa competente e responsável. Hoje em dia, o que de
mais eficiência a empresa ECT sabe fazer, e muito bem feito, são as
greves gerais anuais, que deixam os usuários em grandes prejuízos.
Acredito que, num futuro incerto, a Empresa Brasileira dos Correios e
Telégrafos tentará conquistar a consagradora meta de apoio por 92% dos
brasileiros. Para tanto é preciso determinação e coragem de quem
governar nosso Brasil.
Advogado e desembargador aposentado
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